O desperdício na Indústria da Moda

A destruição de produtos como prática habitual

Uma das maneiras de gerar um impacto positivo dentro da indústria da moda, com certeza, é o reaproveitamento de materiais de descarte.

A indústria da moda libera 500 mil toneladas de microfibras sintéticas nos oceanos por ano. O descarte gira em torno de US$ 500 bilhões ao ano ­− roupas que vão direto para aterros e lixões, sem ao menos passar por uma reciclagem. Aliás, as pessoas consomem em média 60% a mais do que há 15 anos, além de manter as peças no armário pela metade do tempo em relação à última década.

Milhares de produtos são destruídos pelo fato de não venderem, entre os quais roupas, eletrodomésticos, brinquedos e cosméticos. Segundo o Comitê de Auditoria Ambiental, mais de um milhão de toneladas de roupas são destruídas todos os anos pelas casas de moda. Essa destruição de produtos é uma prática habitual, principalmente em marcas de luxo, que visa com esta diretiva proteger a propriedade intelectual, dificultando a contrafação.

No ano de 2017, a britânica Burberry divulgou que foram destruídos 28 milhões de libras em mercadorias não vendidas, o que equivale a 31 milhões de euros.

Diante desses números, a indústria da moda abriu debates sobre os descartes e prometeu mudanças para um meio ambiente favorável. Na França uma medida foi tomada. De acordo com o chefe de governo francês: “As empresas deverão doar os produtos não vendidos a associações, reutilizá-los ou reciclá-los, sob pena de serem submetidos a uma sanção ainda não explicita”.

Nota-se, portanto, notório engajamento para que as empresas criem uma consciência ambiental, já que em poucos anos haverá espaço no mercado apenas para aquelas que contribuem para um meio ambiente ecologicamente equilibrado.

Andreza Santos Borges é Advogada


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